Destinos Cruzados ✵ personagens e prelúdios ✵

"Bom, certamente logo descobriremos." Com um movimento floreado, Wolkens se levanta, observando Sheila com um sorriso confiante. "Não tenha receios, minha senhora. Não sou conhecido por subestimar meus inimigos. Mas se tudo for conforme planejado, eles com certeza se arrependerão de ter subestimado os agentes da Pathfinder Society."

Ele olha de uma mulher para a outra. "Estou pronto para partir. Se não houver mais nada para conversar, sugiro que nos apressemos. O tempo corre."

Brinn responde ao gesto do recém chegado com um leve sorriso. Bonito e cuidadoso, em tempos anteriores, ela provavelmente seria apenas mais uma das diversas admiradoras dele. Obviamente de de descendência nobre, apesar da família não lhe vir a memória.

A propósito, Brinn atualmente atende pelo sobrenome Potts, mas nesse encontro, ela se apresentou como Vanderale.

Ela ouve atentamente a discussão de Sheila e o recém chegado, tentando absorver todas as informações ali passadas.

Quando o outro decide que já conseguiu informações suficientes, e se despede, Brinn segue o exemplo.

"Obrigado pela audiência Sheila, e pela hospitalidade. Conversaremos mais quando essa situação foi resolvida." diz ela com uma cortesia formal.

Potts então se vira para o guerreiro e diz "Brinn é o meu nome. Comerciante por nascença, Evangelista por destino. Será um prazer trabalhar contigo."

"Igualmente." ele responde. "Tenho certeza que será um prazer."

Voltando-se para Sheila, Wolkens aguarda ser dispensado e lhe dá uma última mesura formal antes de começar a recolher seus pertences. Sua bagagem em si parecia leve, tornada incômoda e difícil de carregar por culpa da variedade de armas que portava, como se estivesse a caminho da guerra; em especial uma espada longuíssima de bainha negra, presa ás costas, e o martelo de haste que levava em mãos, tornado ainda menos prático pelo comprido tecido enrolado próximo á cabeça da arma. Seu portador parecia não se importar.

"Para Underbridge então, imagino. Modo mais fácil de conseguir alguma pista sobre o grupo que procuramos. Por acaso é nativa de Magnimar, senhorita Brinn?" Wolkens conversa descontraído enquanto caminha a passos enérgicos para fora do esconderijo de Sheila, a bainha da espada batendo na armadura ritmicamente, em baques metálicos. "Aliás, posso te chamar de Brinn? Ou preferes que eu me dirija á Dama Vanderale, ao invés disso?" ele sorri de canto e emenda sua próxima fala sem aguardar resposta. "De qualquer forma, seja nativa ou não, se tem algum conhecimento sobre as ruas de Magnimar, já está milhas á minha frente. Eu tive oportunidade de ver muito de Varisia mas temo que o que se passa dentro dos muros desta cidade ainda é desconhecido para mim."

{Enquanto conversa, Wolkens observa Brinn com mais atenção. Seu equipamento, traços faciais, roupas, etc. Apenas por curiosidade, tentando deduzir as habilidades e características dela. Rolei Perception: 8 (9-1); ou Sense Motive: 12 (9+3). Não sei qual dos dois se encaixa melhor.
Aliás, desculpe pelas roladas abaixo! Eu não sabia como os dados funcionavam hehehehe}

Quanto a rolagem de dados, ou vc pode rolar no post de discussão, ou vc rola aqui e deixa que o Pozo edita. De qualquer forma, é interessante deixar as rolagens para ele ver os resultados.

Ao contrário do que muitos pensam, filha de uma tradicional família de nobres não faz de Brinn uma mulher bonita.
Há traços de beleza, mas em sua maioria ignorados em favor de certa liberdade pessoal.
Brinn não se importa muito com o que pensam dela, desta forma, maquiagens e apetrechos usados para realçar a beleza não fazem parte do seu dia a dia. O resultado final é uma mulher normal. Pele clara e cabelos longos e negros, uma leve cicatriz no rosto, seu corpo, de certa forma mais musculoso que esguio pode ser notado por baixo do seu vestido.

Apesar te tudo, dos profundos traços e maneirismos nobres, coisa que se percebe que vem desde a infância, seus olhos treinados e atentos deixam de notar muito pouca coisa.
Por cima de toda essa aparência e forma de nobre, surgem outros tipos de maneirismos, como de alguém acostumado a viver nas ruas, aquela paranoia que acompanha todos que um dia tiveram que se virar sozinho, sem ninguém para vigiar suas costas.

Ela não está carregando nenhuma arma ou armadura no momento. O backpack com os equipamentos ficaram na entrada da mansão, quando os pegar novamente, eu adiciono a descrição dos mesmos.

”Claro, Brinn é o suficiente.” com um sorriso nos lábios, ela olha de para Sheila, de forma sapeca ao ouvir a pergunta se ela é nativa de Magnimar ”Digamos que eu tenho um conhecimento passável da cidade. E se sua intenção é ir para underbridge, melhor sairmos agora, senão só chegaremos lá a noite.”

{Que bom, achei que tinha feito as roladas no lugar errado }

Seu escrutínio sobre Brinn Vanderale levantou perguntas que Wolkens não faria em voz alta, pelo menos não no momento, tendo acabado de conhece-la. A moça tinha o aspecto comum e despretensioso que veio a esperar dos aldeões que encontrara em suas viagens, mas seus modos sutís, escondidos debaixo do jeito tosco da plebe urbana, sugeriam algo diferente. Wolkens acreditava ter competência em avaliar pessoas mas, possivelmente, apenas sua experiencia em castelos permitiu que notasse aqueles maneirismos típicos da nobreza em Vanderale.

Intrigado, Wolkens se perguntou como não tinha notado aquilo antes. Mas é claro, pensou. Afinal de contas, ela tem um segundo nome. Não era incomum que mesmo os detalhes mais claros passassem despercebidos por ele, geralmente absorto em pensamentos, coisa que muito o desagradava. Não entendeu também o olhar trocado entre Vanderale e Sheila, sem saber se tinha deixado de notar coisas importantes ou se era deixado de fora de alguma piada que as duas compartilhavam. De qualquer forma, isso o irritou levemente, algo que Wolkens procurou esconder.

"Sim, Underbridge parece a melhor opção. Podemos conversar com este tal contato, descobrir quando o grupo que procuramos esteve lá. A não ser, é claro, que tenha alguma outra ideia. De qualquer forma, você é quem conhece as ruas. Eu a seguirei."

{Aliás, queria um teste de Knowlege (nobility) para identificar o sobrenome. Teste resultado 14. }

Ao sair do solar, ela se despede de Sheila e pega novamente o seus items.

O backpack the Brinn parece um tanto desproporcional em seu tamanho. Durante o caminho, ela veste uma armadura média, feita de escamas de aço. Em sua cintura, uma maça pesada, em suas costas um escudo de metal e um arco de envergadura longa.

Indo pelas suas memórias, Brinn vai em em busca do contato.

No meio do caminho ela, sem olhar para o seu companheiro pergunta "Ja faz um tempo, desde o Solar da Sheila que você me olha de forma estranha, deseja perguntar algo?"

Depois de despedir-se de Sheila, agradecendo pelo presente atencioso no caminho para a saída, Wolkens estava novamente nas ruas de Magnimar. Seu caminho até Underbridge era longo, de acordo com sua companheira. Por toda a urgência daquela missão, aquilo ainda assim não era mal. Teriam um bom tempo para conversar e conhecer um ao outro melhor, algo que Wolkens considerava essencial para bom trabalho em equipe. Além disso, ele poderia observar com mais atenção a famosa Cidade dos Monumentos.

Por toda sua reputação, Magnimar em sua essência ainda era mais uma cidade grande, com todos os elementos característicos que qualquer um que já esteve em outra cidade de tamanho aproximado poderia esperar. As ruas eram cheias de movimento e barulho, formigando com a passagem de pessoas locais e estrangeiras num festival de rostos de todas as cores, formas e até mesmo raças, alimentadas pelas vozes tumultuadas de diferentes idiomas se sobrepondo, tudo isso cercado pelo odor peculiar que apenas volumosos ajuntamentos urbanos á beira d'água conseguiam ter. Em meio a tudo isso, no entanto, a cidade fazia juz a seu apelido. Wolkens nunca viu um local tão cheio de estátuas quanto Magnimar; a cada quadra, a cada esquina, havia alguma escultura ou monumento, um testamento ao passado e ás pessoas que viveram naquele caos urbano bem antes de sua passagem.

Ele procurava pensar sobre sua missão e os fatores envolvidos mas, em momentos como aquele, era difícil se concentrar na tarefa que tinha em mãos. A natureza inquisitiva de Wolkens praticamente o empurrava na direção dos marcos históricos, coçando-se de curiosidade para saber mais sobre as histórias representadas em pedra. Talvez tivesse distraído-se demais fazendo anotações mentais dos lugares que voltaria para observar melhor depois de cumprida sua missão e sido menos discreto do que pretendia, porque Brinn Valderale logo cortou sua linha de pensamentos.

"... olhado de forma estranha?" Wolkens levantou as sobrancelhas, voltando-se para Brinn. "Perdão. Não foi minha intenção ser inapropriado. Estava apenas avaliando sua pessoa. Vejo que sua escolha de traje e armamentos não é tão diferente da minha." Ele dá batidinhas na madeira do arco curto que carregava e ri brevemente. "Com alguma diferença de tamanho, é claro."

Os modos dele ficam mais descontraídos enquanto caminha ao lado de Brinn. "Eu também me perguntava o que uma Valderale faz entre os Pathfinders." disse ele, mais delicadamente, enquanto observava os arredores. "Mas não há necessidade de discutirmos isso no momento, se não desejar. As razões pessoais de cada um não são prioridade. Estamos trabalhando juntos para um objetivo, isso que importa." ele abanou a mão como se afastasse uma mosca incômoda e logo mudou o assunto. "Então, e este tal 'Pútrido'? Pelo nome, deve ser alguém simpático. Podemos contar com a cooperação dele ou ela terá de ser... adquirida?"

Desculpa a demora. Esses últimos dias estava um cado garrado com trabalho.

"Quanto maior, melhor." diz Brinn sorrindo de forma sapeca.

Mas a moça fica mais séria quanto a pergunta do contato. "Não sei dizer. Nunca tive contato com ele, apenas de nome, mas creio que alguma compensação ele deva exigir. Ouro para ser mais exata. Bom, mas a gente vai descobrir quando chegar lá!"

Com isso, Brinn vai em busca do contato mencionado por Sheila, nos locais ao qual ela lembrava ter ouvido falar que ele ficava.

"Com certeza." responde com um aceno de cabeça para sua companheira, concordando. "Deixarei que converse com ele, sendo você mais familiar com a cidade. A não ser que prefira que eu o faça."

Wolkens volta a caminhar em silêncio, observando o bairro de Underbridge. Não deveriam estar muito longe agora.

Deixar um presente...? pensa Brinn ao ler a placa. Então ela tem uma brilhante ideia! Abre o seu packpack, e retira as roupas que ela estava usando durante a incursão pelo esgoto, fazendo o possível para não 'cheirar' as roupas. A lógica disso é a seguinte: Se ele é pútrido, não vai se importar com um mero fedor!

Feliz com o seu raciocínio esperto, ela deposita as roupas fedorentas no velho baú.

"Só esperar agora?" ela pergunta ao seu companheiro. "E melhor você falar. Convencer pessoas não é o meu forte."

Rindo de leve, Wolkens observa Brinn colocar seu pagamento no baú, se perguntando se aquilo seria considerado valioso o suficiente para o contato. Aparentemente sim, agora que avistava o velho saindo de seu casebre, parecendo interessado em conversar.

Tentando não torcer o nariz diante da repugnância daquele homem miserável, Wolkens dá um passo a frente, encarando-o com firmeza mas ostentando seu melhor sorriso diplomático.

"Boa tarde, senhor. Meu nome é Kalnier; a dama chama-se Brinn. Obrigado por nos receber." diz, educadamente, antes de ir direto ao assunto; não achava que alguém como Fenster se importasse com as cortesias formais. "Ouvimos dizer que é conhecedor de muito do que acontece aqui em Magnimar. Alguns de nossos conhecidos o teriam visitado dois dias atrás, procurando informações sobre uma mulher de nome Natalya. Queremos saber para onde eles foram. Eles agiram baseando-se nas suas orientações e, nesse caso, o senhor com certeza deve saber onde estão. Poderia nos ajudar?"

{Rolada de Diplomacia: 8+5 = 13. Não sei se tem outros modificadores...}

Wolkens sorri. "Mas é claro, meu bom homem. Estamos aqui a negócios. Não pensaríamos em deixa-lo sem retorno justo por sua colaboração." ele leva a mão até uma pequena sacola, de onde tira moedas e fica brincando com elas descontraídamente, provocando o velho com o tilintar de ouro.

"Quanto a meus colegas, eles são..." Wolkens olha para Brinn, dando a deixa para que continue. A moça era quem sabia a descrição exata do bando que buscavam, afinal.

"...aqueles que procuraram por Natalya!" completa Brinn animadamente, então ela olha para o seu companheiro com um olhar que diz: não-faço-a-minima-ideia-de-quem-eles-são-e-eu-esqueci-de-perguntar-a-Sheyla

"Mais? Mas você já não aceitou o que eu dei como pagamento?" pergunta Brinn incrédula, mas ela pega as moedas Kalnier  estava brincando descontraidamente e joga elas dentro do baú.

{Wolkens tinha 4 moedas de ouro em mãos.}

Depois de uma pequena pontada no coração ao ver quase todas suas economias sumirem para dentro do baú de Fenster, Wolkens se esforça para colocar seu sorriso educado de volta no rosto.
"Justa remuneração, como eu tinha mencionado." diz, dando olhares de canto para Brinn. "É uma quantia generosa. Imagino que deva ser o suficiente para nossa simples informação."

O sorriso de Wolkens se alarga, contendo um riso. Vinte moedas de ouro? Ou este plebeu não tem a mínima noção do quanto isso vale, ou está muito mal acostumado.

"Hm. Informações são coisas incômodas de se negociar, não?" Indagou em tom de conversa. "Afinal, pagamos por algo que não vemos, tocamos, ou sequer sabemos valer o preço cobrado. Depende muito em confiança. Entende então nosso problema?" ele cola seus olhos sempre calmos em Fenster."Por maior que seja sua reputação, esse é um valor um tanto grande para algo sem garantia alguma. Um valor além de nossa oferta."

"Agora, se eu pudesse ver com meus próprios olhos, então poderia reconsiderar. Posso propor o seguinte: Fique com minhas moedas em troca da localização do grupo que procuramos. Quando nós os encontrarmos, eu pessoalmente retornarei com o restante do que nos pediu." seu tom fica mais sério. "Sou um homem de palavra. Pode confiar em mim da mesma maneira que eu confiarei na suas informações."

{Rolada de Diplomacia: 9+5 = 14.}

Surpreso que sua proposta funcionou, Wolkens examina o mapa desenhado por Fenster, tentando memorizar o caminho. Sua mente se enchia de novas perguntas mas, considerando a pressa e os preços daquele contato, decidiu não falar nada. Esperava que Brinn pudesse resolver suas dúvidas mais tarde.

Depois ele olha para o velho, agora com mais simpatia. Talvez o Pútrido tenha alguma honra afinal, debaixo das camadas de sujeira e doença. "Obrigado, senhor." disse, formal. "Lembrarei de sua boa vontade e de nosso acordo." Com uma ultima despedida, e após confirmar que Brinn também acabara seus assuntos ali, Wolkens se coloca rapidamente a caminho de seu objetivo.

Quando se aproximando do local indicado, Wolkens tira sua arma de haste do suporte ás costas e caminha com ela nas mãos deixando o tecido desenrolar-se da haste, revelando-se um elaborado estandarte. Mesmo sem esse adorno, com suas armas grandes, armadura ruidosa e passos orgulhosos, Wolkens era tão discreto quanto uma festa de casamento. Era claro que não tinha qualquer intenção de esconder sua presença; pelo contrário, pretendia seguir pela porta da frente e confrontar quem quer que estivesse lá dentro em alto e bom som.

"Se encontrarmos perigo..." disse suavemente, sem olhar para sua companheira. "...você lutará ao meu lado ou de trás de mim?"